domingo, 24 de março de 2019

Juliana desbrava Pompeia e Sorrento (e a pizzaria mais famosa do mundo!)

Décimo quinto dia - 08/01/2018 (segunda-feira): Acordei cedo no outro dia para visitar a cidade de Pompeia. O post será mais dedicado aos mochileiros de plantão que querem visitar a cidade, porque foi o único passeio extremamente turista que acabei fazendo na viagem.
Hora de informações para os viajantes: como visitar Pompeia.
O passeio de Pompeia pode ser feito em um dia, como bate e volta. Umas 5 horas dedicadas à cidade acho que é mais do que suficiente.
Como chegar em Pompeia de trem: Na estação de Nápoles, você deve comprar um ingresso da linha CRICUMVESUVIANA, por uma bagatela de 2,80 euros. O trem é mega furrebento, mas nóis é mochileiro e não liga. Depois você encontra a linha NÁPOLES – SORRENTO, entra no trem e tira um cochilo até chegar na estação POMPEI SCAVI – VILLA MISTERI. Cuidado, antes dessa estação tem outra também chamada Pompei alguma coisa, então não desçam errado lá. 
Na dúvida, siga o grupo de japoneses que, provavelmente, está indo na mesma direção que você.
Saindo da estação, você chega na entrada de Pompei, a Porta Marina. 
A entrada de Pompeia é uns € 15, e dá direito ao livre acesso na cidade e uns guias de curiosidades e indicações do lugar. 
Dificilmente eu sinto a necessidade de uma visita guiada, até porque eu adoro ficar lendo papeis, fazer a caminhada no meu tempo sem ter um itinerário fechado. Todavia, acabei me arrependendo muito de não contratar a visita guiada em Pompeia.

O lugar é surreal! A cidade toda está muito bem preservada e, apesar de você conseguir ter uma boa ideia de como era a vida em Pompeia por meio do livrinho e das placas, o Guia irá contar as curiosidades da cidade, fazer você imaginar como era o dia a dia dos pompenienses (acabei de inventar essa palavra) e fará o turismo ficar inesquecível.
Diferente de outras ruínas romanas, Pompeia está incrivelmente bem preservada, principalmente pelo fato de que as cinzas do vulcão Vesúvio soterraram a cidade e preservaram tudo como estava.
Hora da pausa histórica sobre Pompeia para entendermos a maravilha do lugar: a cidade de Pompeia era bela e formosa até o ano de 62 d.C., quando, para a desgraça de todos, aconteceu um super terremoto que destruiu grande parte da cidade. Quando a galera estava reconstruindo os barraquinhos, cimentando os salões de baile e arrumando os puxadinhos, veio a segunda desgraça: o mês de agosto de 79.

Outra coisa que descobri na cidade e que não sabia: as pessoas não morreram em Pompeia porque o vulcão entrou em erupção e as lavas queimaram geral. Na verdade, o que aconteceu foram três ondas de morte na cidade:
1º Capítulo da “Desgraceira em Pompeia”: O vulcão Vesúvio entrou em erupção. Claro que a galera, ocupada em aproveitar o verão italiano, não se deu conta do perigo, até porque não teve uma mega explosão. Assim, após algum tempinho, começou uma chuva de pedras sobre a cidade, que acabou acertando o pessoal. Essa foi a primeira onda de mortes: as pedradas nas cabeças.
2º Capítulo da “Desgraceira em Pompeia”: As pessoas que não foram acertadas pelas pedras malignas resolveram se abrigar em suas casas até a chuva passar, o tempo se abrir abra a janela e veja eu sou o sol. Todavia, a chuva não passou. O acúmulo de pedras no teto das casas acabou gerando a segunda onda de mortes de Pompeia: o desabamento das casas e soterramento das pessoas.
3º Capítulo da “Desgraceira em Pompeia”: Quando viram que a cobra tava fumando, os sobreviventes resolveram fugir correndo para as colinas. Mas já era muito tarde, porque chegou a terceira onda de morte: uma onda de gás tóxico, cinzas e lava invadiu a cidade e fez com que grande parte das pessoas morresse sufocada. 

Enfim, a cidade de Pompeia foi soterrada naquele mês de agosto de 79 (assim como Herculano e Stabia, cidades vizinhas). Curiosidade: a estimativa é de que o Vesúvio tenha liberado uma quantidade de energia 100 mil vezes superior à liberada pela bomba atômica de Hiroshima (fonte super confiável - se está na internet é verdade! (sqn))

Pompeia ficou esquecida por um longo tempo, até que, ao final do século XVI, quando o pessoal resolveu construir um aqueduto na região, descobriram as ruínas de Pompeia. As escavações na cidade começaram no século XVII.

Outra curiosidade sensacional: os corpos que vemos em pedra de Pompeia na verdade não foram “carbonizados” e ficaram daquele jeito. Na verdade, com o soterramente, os corpos foram se decompondo e geraram grandes buracos “ocos” na terra. O diretor de escavação da época, o arqueólogo Giuseppe Fiorelli, percebendo que os espaços continham ossos, decidiu despejar gesso nesses buracos e conseguiu recriar as vítimas carbonizadas. Com essa técnica, eles conseguiram inclusive desvendar alguns mistérios de Pompeia, como, por exemplo, que muitas pessoas morreram por asfixia, na medida em que estavam em posição fetal (posição comum das vítimas que morrem por sufocamento).
Aos que forem nesse lugar sensacional, preparem-se para caminhar bastante. Eu fiquei umas quatro horas andando pela região e consegui visitar 1/5 (ou menos!) do que foi Pompeia.
Outra coisa: não tem a menor necessidade de você se matar estudando o mapa de Pompeia antes de chegar lá, até porque eles dão um guia na entrada e indicam os lugares imperdíveis (como os templos antigos, o local onde estão os moldes das pessoas, etc...).
Ah, levem comida para lá. Tem um único restaurante/lanchonete lá dentro, mas, como é a regra da OFERTA X PROCURA, você vende dois rins e uma córnea para conseguir um pedaço de pizza. 
Eu sorrindo ao apontar para o vulcão que soterrou uma cidade inteira.
Essa Juliana, hein...
Aproveitando: além de Pompeia você pode visitar outras ruínas, como Herculano, mas eu não senti muita necessidade de ir em outro lugar depois de conhecer Pompeia.

ÚLTIMA DICA SUPIMPA: você pode subir o Vesúvio depois de visitar Pompeia! Eu não sabia disso e acabei perdendo esse passeio (segundo arrependimento de Pompeia), mas pelo que li nos blogs de viagem é possível fechar com uma agência bem na entrada de Pompeia (na Puorta Marina), e o bilhete custa uns € 8,00. O trajeto dura uns 40 minutos até a entrada do parque e depois você caminha até o cume do vulcão (uns 20-30 minutos de caminhada). 

Voltando às aventuras Julianescas: Após o passeio de Pompeia, peguei o trem em direção à cidade de Sorrento. Gente, fica a dica sensacional: não vão para Sorrento, Costa Amalfi, etc... no inverno. A cidade estava fechada. Literalmente. Não tinha absolutamente nada aberto, nem mesmo um restaurante pé de chulé.  Dei umas voltas pela cidade, bati umas fotos divas e descabelada e sóó.
Considerando minhas andanças por Pompeia, eu estava azul de fome, mas não encontrei nenhum mísero lugar para comprar comida. Achei uma lujinha dos brimo meio aberta, comprei umas bolinhas de chocolate recheadas com limoncelo (êêê Juliana alcoólatra) pra tapear a fome e peguei o trem de volta para meu grande amor, Nápoles.

Chegando em Nápoles, corri para a famosíssima Antica Pizzeria di Micheli, local onde você irá comer la migliore Margherita del mondo, aberta em 1906.
A pizza é, realmente, realmente, realmente, inesquecível. Apesar de ser enorme, ela tem um poder sobrenatural de se encaixar no seu pânceps e fazer você lamber os beiços. Não percam de visitar a Pizzaria do Micheli.
Não vou aguentar comer tudo!
MENTIRAAA, quero mais até
Por sinal, o senhorzinho que fazia a pizza deve ter me achado o máximo, tanto que veio correndo atrás de mim depois que eu paguei a conta e ficou conversando comigo, contando da vida em Napoli e de como os napolitanos eram os melhores do mundo (acho que o senhorzinho queria meu porco nu).
Voltando para o hostel, recebi a notícia do meu couchsurfer de que ele tinha que ir a Alemanha para salvar uns cachorros doentes, então não poderia me receber hoje de novo. Contudo, eu estava autorizadíssima a permanecer mais uma noite na minha suíte presidencial (he-he-he).
Ah, jáá que ele deixou, nem pensei duas vezes em aceitar mais uma noite no meu sofázinho (eu já tinha virado brother dos carinhas da recepção).

No caminho de volta para o hostel, acionei o hangout do couchsurfing e combinei de me encontrar com o Marco, um italiano, que estava no centro da cidade tomando um chopp com os amigos. Foi um rolê meio bizarro, porque o Marco estava na patotinha dele (ele era italiano de Nápoles mesmo) e apareceu a Xuliana, com sua pronúncia italiana cocozenta, funfando o passeio. 
Apesar dos pesares, eles me levaram para um lugar super divertido, o Samaná Carrom Bar, que a galera jogava “Carrom”, um jogo parecido com uma sinuca (nossa, não tem nada a ver com sinuca, mas tudo bem kakakaka) que você joga com os dedos. Para quem quiser ter uma ideia de como é o jogo, tem um manual aqui.
A noite foi super divertida, até porque o pessoal do bar era super querido e me receberam muito bem. Novamente, obrigada couchsurfing!

Nenhum comentário:

Postar um comentário