domingo, 24 de março de 2019

Buongiorno, Principessa!

Cada vez mais apaixonada por esse país maravilhoso, principalmente depois de realizar meu sonho, AREZZO! 

Décimo dia - 03/01/2018 (quarta-feira): Acordei de manhã super animada para o meu próximo destino: Arezzo. Quem me conhece sabe que comecei a estudar italiano para poder assistir o filme La Vita è Bella sem legenda, porque sou apaixonada pela história do Guido e Giosuè.

Contudo, o que é a vida sem alguns mini ataques cardíacos?

No dia anterior, tinha esquecido de deixar meu celular carregando e, ao acordar, a bateria tinha zerado. Tudo beleza até ali, sem problemas. Acontece que, ao ligar o celular, ele pedia o código PIN do chip, que estaria no papel que veio acompanhando o CHIP no momento da compra.
* Puxa da memória e lembra do momento exato de usar aquele mesmo papel para jogar fora o chicletes mascado * 
Ferrou, ferrou, ferrou. Eu não tinha o endereço do couchsurfer que me receberia em Arezzo e não tinha a menor ideia do telefone da criatura. 
Graças aos céus, meu anjo formado em TI sussurrou no ouvido do Alex “faaala pra ela ver a mensagem no site do CouchSurfing”, então o Alex me deu essa ideia brilhante.

Diga-se de passagem: eram 9h da manhã e meu trem saia às 9h30. Nesse meio tempo eu devia descobrir o endereço, pegar minhas malas, andar até a estação e comprar a passagem. 
MOMENTOS MUITO EMOCIONANTES, CAROS TELESPECTADORES: Em tempo recorde, Juliana ligou o computador, achou a mensagem do seu host Alessio, o qual, por benção divina, resolveu mandar o endereço da casa dele também por mensagem no site do CS, Juliana anotou o endereço na agendinha, pegou todas* as suas coisas e correu em direção à rodoviária.
Uai Juliana, por que tem um asterisco no TODAS*? 

PORQUE JULIANA ESQUECEU DE PEGAR A ÚNICA JAQUETA DE INVERNO QUE TINHA LEVADO NA VIAGEM. 
Se minha vida fosse um filme, a câmera teria focado na jaqueta deixada em cima da mesa de jantar enquanto eu, em segundo plano, saia correndo esbaforida em direção à porta, com uma música dramática no fundo, tipo “don’t leave me now” do Roger Hodgson.
Mas tudo bem, tudo bem, TUDO DARIA CERTO (desde que a mãe não notasse que a partir daquele momento eu estaria usando minha capa de chuva em todos os lugares e momentos).
Às 09:29, Juliana chegou na estação de trem de Modena e embarcou no trem das 09:30 em direção à tão esperada cidade de Arezzo.

Chegando em Arezzo sem celular, sai perguntando para todo mundo como que eu chegava até a casa do meu couch. Foi uma experiência bem legal, porque todos me ajudaram bastante (alguns me deram direções bizarras, mas mesmo assim foi engraçado) e consegui chegar ao meu destino! Haaaa, quem precisa de Google Maps?!?!
Enfim, cheguei na casa do meu terceiro host, o Alessio. O Alessio foi extremamente simpático e um dos melhores couchs que fiquei! Ele não falava inglês, então tive que conversar em italiano com ele (o que foi ótimo, até porque meu italiano estava dando uma travada depois de ficar só falando inglês por algum tempo). Como o Alessio tinha que trabalhar de tarde, peguei uma carona com ele até o centro para achar uma Vodafone (agência de telefone italiana) para desbloquear meu chip.
E sucesso! Achei a lujinha do brimo, desbloqueei o celular e comecei o meu turismo por Arezzo.

Que cidade maravilhosa! Foi ainda melhor do que eu esperava! Além de ser uma cidade linda, charmosa e pequena, você pode fazer o turismo “A Vida é Bela” por lá, porque existem diversas plaquinhas espalhadas na cidade indicando os locais de gravação das cenas, as falas do filme e algumas curiosidades das filmagens.
Nem preciso dizer que segui o roteiro do filme e babei na cidade! 
Quase chorando de conhecer a Catolibreria do Guido!
Ainda consegui reproduzir uma das cenas mais icônicas, do filme... MARIA, LA CHIAVE!
Nem preciso dizer que a minha versão ficou, ó, uma belezura. MAS VALE A INTENÇÃO!


Após bater perna por Arezzo inteira, a temperatura começou a cair de uma maneira surreal. Juliana, como linda cabeç’oca, que tinha montado o look turista de shorts e meia fina, com a capa de chuva (já que a jaqueta foi deixada de presente ao Alex de Modena), começou a virar um pinguim de gelo na cidade.
Como eu só podia voltar à casa do Alessio umas 19h, quando ele voltava do trabalho, resolvi parar em um pub irlandês e organizar um pouco da minha viagem para Nápoles (até porque, eu não tinha visto nadica de nada da cidade, nem sabia como eu ia para lá). 

Depois de organizar um super roteiro (mentira, fiquei bebendo e vendo vídeos de pandas fofos no youtube), ander até a casa do Alessio e fui recebida pelo seu roommate Tiziano, pela Camilla (namorada do Tiziano), pelo amigo deles, Michele, e, claro, pelo Alessio. 
Eles prepararam uma janta italiana para mim e passamos a noite conversando sobre política (todos eram super politizados, me contaram um monte sobre a política italiana, ficaram curiosos para saber como era o governo brasileiro – novamente, sabiam do impeachment da Dilma e da prisão do Lula), contaram que em junho e setembro acontece uma das maiores festas medievais da Toscana, a Giostra del Saracino de Arezzo (vai ganhar um parágrafo só para ela abaixo), como é a vida na Itália, como é a Universidade italiana, etc... 

Sobre o Festival Giostra del Saracino, acho válido deixar um parágrafo só para ele: VÉI, DEVE SER SENSACIONAL. O festival acontece no penúltimo sábado de junho e no primeiro domingo do mês de setembro, e se trata de uma competição de cavaleiros (vestidos de cavaleiros!!) no qual os quatro times, os quais representam os quatro antigos bairros da cidade, têm o desafio de acercar o “buratto” (boneco com armadura) com a lança de madeira, buscando fazer o máximo de pontos possíveis. Os pontos são contados com base no escudo que o buratto segura, o qual é dividido em quatro setores.
Pelo que o Alessio contou, o pessoal veste a camisa do time, torce loucamente e entra no clima da festa! Já vou me programar para ir no festival um dia!

Quando me perguntam se vale a pena fazer couchsurfing, é só pensar: quando terei a oportunidade de jantar com vários italianos na casa de um deles e imergir totalmente na cultura deles, descobrir como é o dia a dia deles, como é a política do país, o estudo, etc...? Se eu tivesse ficado em um hotel, teria feito o turismo tradicional na cidade e só, nem teria descoberto, por exemplo, sobre esse festival em Arezzo!
As únicas fotos que tenho dessa galera sensacional!
Ciao, Tiziano!
Pela companhia, teria ficado fácil fácil mais um dia em Arezzo (o Tiziano sugeriu até que eu fosse em uma sexta feira na próxima vez para podermos ir a Firenze todos juntos).

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