quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Quindi, Juliana, torna in Italia

Como é de praxe nesse blog, sempre atualizamos as nossas viagens com mega delays, quando baixa o Chico Xavier na gente ou quando realmente estamos no tédio e queremos lembrar nossos passeios.
Assim, a CIA das Portes orgulhosamente apresenta o relato do:


MOCHILÃO DE JULIANA PORTES PELAS TERRAS ITALIANAS
Pela primeira vez, a viagem seria planejada somente por mim, então, obviamente, todos estavam mega tranquilos, porque sabem que sou super organizada e manjo muito de compra de passagens e roteiros.
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Tá, é mentira, eu sou a negação da família em organização de viagens.
Só para terem uma ideia, as duas únicas viagens na minha vida que tive que organizar acabei fazendo caquinha: a primeira foi um simples passeio para Balneário Camboriú (cidade que eu visito todos os anos e fica a 3 horas de Curitiba), quando comprei a passagem errada: ao invés de comprar CURITIBA – BALNEÁRIO, comprei duas passagens de retorno de BC (hehehe) – chorei um monte na rodoviária e o moço ficou com dó de mim, então deixou eu trocar sem pagar nada.
A outra foi uma viagem à Ilha do Mel, que eu, linda e formosa, pensando em ficar em um hotel chique, phyno e perto da badalação, iria escolher a pousada na parte da Ilha chamada Brasília, e não em Encantadas (que é mais roots e parado). No momento da escolha, a Dona Andrea falou expressamente “Julianinha, por que você não reserva a pousada do Arlindo (Brasil Tropical), que nós já conhecemos e gostamos?”, e Juliana responde “AAARGH MÃE, a pousada do Arlindo é nos cafundós, quero ficar perto das b-a-l-a-d-a-s!”.
Obviamente, Juliana reservou o suposto hotel chiquérrimo de Brasília e, quando chegou à ilha, descobriu não só o hotel que reservou era em ENCANTADAS, como também era 30 minutos a mais de caminhada para FRENTE da pousada do Arlindo E o suposto hotel “chique e phyno” não tinha sequer janelas nos quartos (as janelas eram mosqueteiros). 


Então, com base nas minhas experiências organizacionais, vocês podem ter ideia do medo que toda família estava de abandonar Julianinha no aeroporto rumo às terras italianas.

MAS EU FUI. E VOLTEI VIVA. HÁ. 

Agora irei contar sobre como esses trinta dias de viagem foram os mais sensacionais da minha vida (até o momento):


PREPARAÇÃO: Juro que deviam fazer um seriado sobre mim, porque as pessoas iam rir muito de como eu sou a pessoa mais zoada do universo. Dois dias antes da viagem, em uma sexta feira, dia 22/12/2017, Dona Andrea entra no quarto de Juliana e diz “você já arrumou a mala da viagem?” não. “você já cotou as passagens internas?” não. “você sabe qual será o roteiro” não. “você tem ideia do quanto irá gastar?” nããão.

Hue, sim, eu não tinha preparado coisica nenhuma e não tinha ideia se os 900 euros que tinha seriam suficientes para passar 19 dias viajando.

MAS TAMO AEEEE. 
Tá, depois de levar uma bronca de 15 minutos, eu arrumei minha mala para a viagem). 
Mosse ajudando na arrumação
O sorriso escondendo o desespero de fazer tudo caber na mala
Primeiro dia - 24/12/2017 (domingo)Após um maravilhoso almoço de Natal em família, peguei o voo em direção ao aeroporto de Garulhos, para a escala. 
Até o Pateta foi me levar no aeroporto!
Agora é real!!! Itália, estou a caminho!
A desgraceira da viagem já começou ali: o celular que eu peguei emprestado da minha mamadi para bater fotos lindas simplesmente pifou. Puf. Tela preta.
Xexus, pensa em uma pessoa que foi chorando (literalmente, eu estava em prantos) até São Paulo, imaginando o que faria para encontrar os amigos italianos quando chegasse em Milão. Isso porque eu chegaria na Itália por Milão e pegaria um trem até a cidade do meu amigo Manuel – claaaro que eu não anotei o nome da cidade, o telefone do Manuel, o endereço dele ou qualquer coisa que identificasse para onde eu devia ir, até porque O QUE É A VIDA SEM ALGUNS RISCOS NÉ AMIGUS (rindo de nervoso).


Como tenho um anjo da guarda que deve ser formado em TI, o celular voltou a funcionar em Garulhos e deu tudo certo (amém).

Segundo dia - 25/12/2017 (segunda-feira): O voo foi super tranquilo, não tinha nenhum argentino com escova de dente elétrica do meu lado (traumas de viagem que nunca serão esquecidos), então cheguei ao tão esperado destino: l’Aeroporto di Milano Malpensa.
O aeroporto fica um tanto quanto afastado do centro de Milão, mas é só pegar um trem do Aeroporto até o centro de Milão, que é bem tranquilo (apesar de ser um pouco caro, custa € 12).
Depois de pegar o trem até a Estação Central de Milão, peguei outro em direção à cidade de Treviglio para encontrar o Manuel, que me levaria de carro até a cidade dele, Caravaggio. Caravaggio é uma cidade da província de Bergamo com 17 mil habitantes e, por ser pequena, o acesso de trem é feito pela cidade maior – Treviglio. 
Próxima parada: Treviglio
Chegando na estação de trem de Treviglio, lá estava o meu queridíssimo amigo Manu e sua amada namorada, Silvia. Fui super bem recebida pelos dois, MAS MEU ITALIANO TAVA Ó, UNA BUESTA. Sim, fiz 2 anos de italiano e, quando visitei eles no meio do ano (julho/2017), estava falando até que tranquilamente, conseguia me comunicar bem. Mas a falta de prática do meio do ano me pegou, eu não conseguia nem falar “SCUSA SE TI AMO”! Então decidi me comunicar só pela mãozinha italianesca.
Claro que minha decisão de mutismo italiano não deu muito certo, até porque eu falo pelos cotovelos e também pelo fato de que na casa do Manuel a família toda dele estava celebrando o Natal! Imaginem uns 25 italianos sentados ao redor de uma mesa, com umas quatro gerações da família, comendo e dando risada (diga-se de passagem: eu cheguei na casa do Manuel umas 19h, mas todos estavam na mesa comendo desde às 11h da manhã!!! Como era mesmo o lema da italianada, “mangia che ti fa bene”?).
Foi um momento super divertido, conversamos sobre política, cultura brasileira, família italiana, etc... 
No começo da janta eu estava meio desesperada, porque eles falavam comigo e eu não entendia uma palavra do que estavam dizendo (até pensei em processar o CELIN na hora, porque meus dois anos de italiano aparentemente não tinha servido para nada hehe), mas depois que o Manuel viu minha cara de desespero ele me explicou que a família estava falando em Bergamasco, que é um dialeto da região – bem diferente do italiano “normal”. Com a mediação do Manu, eles trocaram o idioma para o italiano (aeee, adesso io capisco tutto!)

Ao final da janta/almoço/café da manhã, eu já me sentia parte da família Rochetti!
Também fui à casa da Silvia para conhecer a família dela, que estavam comemorando com uma janta igualmente deliciosa e com direito à música ao vivo, pela pianista Silvia:


Ao final da tarde, fomos até o grupo de escoteiros do Manuel para organizarmos algumas coisas do acampamento e encontramos alguns dos amigos do Manu que também iriam acampar com a gente, o Simone, o Nicola e a Giuditta (Giu). Fizemos também um breve tour por Caravaggio e conheci a igreja/santuário da cidade: Santa Maria del Fonte.


MOMENTO CAPITAL CULTURAL: O Santuário é do século XV, mas foi reconstruído entre o século XVII e XVIII. Anualmente, o Santuário recebe cerca de 2 milhões de peregrinos, visto que existe uma crença de que o Santuário foi construído no mesmo lugar onde a Virgem Maria teria aparecido em 1432 a uma jovem camponesa.

Depois de passear pela cidade, voltei à casa do Manuel para descansar, já que iríamos acampar por três dias e sairíamos cedo no outro dia.
Antes de dormirmos, o Manu me mostrou que tinha guardado vários presentes que mandamos a ele, como o cartão de natal. 
Nem preciso dizer que eu já estava mega emocionada com toda a recepção da família dele e fiquei mais feliz ainda ao ver como ele gostava da nossa amizade! *MOMENTO LÁGRIMAS NOS OLHOS*
Eu devia ter ganhado o prêmio do Guiness de “dia que mais rendeu”, porque nas 5 horas que estava em Caravaggio consegui fazer tudo isso! Mas mal sabia que eu a viagem só estava começando e que só ia melhorar... 

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