Décimo quarto dia - 07/01/2018 (domingo): Cara, Juliana é a pessoa mais
zoada do universo. Meu trem para Nápoles saia às 10h10 da manhã. Juliana
acordou nada mais nada menos do que 09:40 da manhã, com a mala desarrumada,
roupa de balada, tendo que fazer o check-out do hostel E, de quebra, andar até
a estação de trem para seguir viagem.
Diga-se de passagem, minha "arrumação" da mala já estava nesse nível no 14º dia da viagem |
Começamos mais um quadro de: SE VIRA NOS
TRINTA. Joga roupa na mala, pula em cima pra fechar o zíper, sai toda
descabelada, joga a chave na recepção do hostel e diz “ARRIVEDERCI!” e RUN
FORREST RUN.
Dessa vez consegui não esquecer minha jaqueta
no lugar (até porque EU NEM TINHA MAIS JAQUETA), então foi tudo tranquilo,
cheguei na estação a tempo até de comer um cornetto deliciso por 1,50 euros.
Admito que estava super ansiosa para conhecer Nápoles! Todos os italianos que eu tinha conhecido tinham falado super mal da cidade, dizendo que era suja, perigosa, mal cuidada e que eu ia odiar. Para mim, parecia uma guerra dos TERRONE (sulistas) X POLENTONES (galera do norte), então queria tirar minhas próprias conclusões.
Admito que estava super ansiosa para conhecer Nápoles! Todos os italianos que eu tinha conhecido tinham falado super mal da cidade, dizendo que era suja, perigosa, mal cuidada e que eu ia odiar. Para mim, parecia uma guerra dos TERRONE (sulistas) X POLENTONES (galera do norte), então queria tirar minhas próprias conclusões.
Chegando em Nápoles, não posso dizer que tive
a melhor impressão de início... Saindo da estação, resolvi ir a pé até o lugar
que meu couchsurfing iria me receber (aguardem as cenas dos próximos capítulos
dessa novela couchsurfaniana), então abri meu Google Maps e sai caminhando pela
cidade.
Cara, não sei que raios aconteceu que eu
consegui me perder e ir na direção oposta ao meu couch (que era no centro) – diga-se de passagem: Juliana estava com
roupa de balada, metade da maquiagem do outro dia e uma cara de acabada. MAS
TUDO BEM, DEU TUDO CERTO! Consegui encontrar a direção certa depois de umas
quadras erradas.
O caminho até o hostel foi... digamos assim,
intenso. A região ao redor da rodoviária era MEDONHA! Lugar super feio, sujo e,
ao que parecia, mega perigoso. Depois de três dias maravilhosos em Roma, eu
estava odiando aquele lugar.
Enfim, consegui chegar no lugar que meu couch
iria me receber.
AGORA VAMOS AO CAPÍTULO COUCHSURFING: Sempre que peço para alguém me receber, combino com
antecedência, leio o perfil da pessoa, vejo as referências para não cair em
furada – e, de fato, nunca tive experiências negativas com o couch. Infelizmente, o napolitano que
iria me receber teve que ir urgente para outra cidade para atender uma
emergência médica (ele era médico veterinário), mas, como um bom host, disse que eu poderia dormir no
hostel que ele trabalhava, o Naples Pizza Hostel, de graça.
Naples Pizza Hostel |
Uhu, estadia de graça em um hostel, que
beleza.
ÉÉÉ MINHA GENTE, felicidade de pobre deve
durar pouco.
Ocorre que, para minha desilusão, eu não
ganharia um quarto no Naples Pizza Hostel, mas eu estava autorizada a dormir NO SOFÁ DE ENTRADA DO HOSTEL.
Véi. Véi. Sofá. Da entrada. Do hostel.
Apesar de a recepção do hostel ser um pouco
mais afastada da entrada, o que, supostamente, não perturbaria meu sono,
continuava sendo O SOFÁ DE ENTRADA DO HOSTEL.
But, como eu estava meio pobre nessa altura
da viagem, porque não sei onde tinha colocado os 800 euros que trouxe (será que
nas 15 pizzas, 30 sorvetes e incontáveis cervejas?), então acabei topando essa
belezura. Pelas minhas contas, eu tinha uns 100 euros para sobreviver mais uns
6 dias na Itália E pegar o ônibus de volta para Milão.
Nesse meio tempo, a Ana Luiza estava me
mandando mensagem “e ai, como está o dinheiro? Está tranquilo?”, e Juliana,
rindo nervosamente, dizendo “haaa, claaaro irmãzinha, to rica, não se preocupe,
sou avarenta igual a você” (COF COF COF).
Bem, devidamente instalada na minha SUÍTE
PRESIDENCIAL, resolvi fazer um passeio por Nápoles para ver se eu conseguia
começar a gostar daquela cidade que, em um primeiro momento, era horrorosa e
suja. Caaara, a cidade estava morta! Não tinha absolutamente nada aberto, tudo
super desanimado e sem ninguém na rua.
Resolvi então voltar para o hostel e ficar
vendo um filme, ouvir Backstreet Boys e chorar de saudades de Roma. MAS COMO
NADA NA MINHA VIDA ERAM FLORES, a internet do hostel não funcionava. OOOOOO QUE
BELEZA, TUDO DANDO CERTO.
Já estava escurecendo, mas eu me recusei
ficar naquela bad dentro do “quarto” (recepção do hostel), então resolvi sair
vagando pelas ruas cidade.
CARA, CARA, NÃO SEI O QUE ACONTECEU. Saí do
meu hostel na Via São Paolo, virei à esquerda e desci umas duas quadras,
quando, de repente, descubro uma rua LOTADA de gente, galera feliz comendo,
conversando, comércio aberto vendendo coisas locais, geral na rua e todos mega
animados. Descobri a Via dei Tribunali. Nem preciso dizer que meu sorriso ia de
orelha a orelha! A região era o máximo: tinha rua que só vendia presépio de
natal, as pessoas estavam lotando os bares da região e conversando, aproveitei
para comer meu 89º sorvete, provei a famosa Sfogliate e só voltei para o hostel
bem de noite.
O amor por Nápoles estava começando a tomar
conta de mim.
Para minha alegria, ao voltar para o hostel,
DESCOBRI QUE TINHA MOCADO MEUS 400 EUROS NA MINHA MOCHILA QUANDO SAÍ DE AREZZO,
para não carregar tudo na doleira. CARA, que maravilha, EU ESTAVA RYYYYCAAA!
O outro dia seria regado a caviar e a moet
chandon (tudo isso no sofá da recepção do hostel, porque né, EU QUE NÃO IA
PAGAR 15 EUROS POR UM QUARTO...)
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