Décimo quinto dia - 08/01/2018 (segunda-feira): Acordei cedo no outro dia para visitar a
cidade de Pompeia. O post será mais dedicado aos mochileiros de plantão que
querem visitar a cidade, porque foi o único passeio extremamente turista que
acabei fazendo na viagem.
Hora de informações para os viajantes: como
visitar Pompeia.
O passeio de Pompeia pode ser feito em um
dia, como bate e volta. Umas 5 horas dedicadas à cidade acho que é mais do que
suficiente.
Como chegar em Pompeia de trem: Na estação de Nápoles,
você deve comprar um ingresso da linha CRICUMVESUVIANA, por uma bagatela de
2,80 euros. O trem é mega furrebento, mas nóis é mochileiro e não liga. Depois
você encontra a linha NÁPOLES – SORRENTO, entra no trem e tira um cochilo até
chegar na estação POMPEI SCAVI – VILLA
MISTERI. Cuidado, antes dessa estação tem outra também chamada Pompei
alguma coisa, então não desçam errado lá.
Na dúvida, siga o grupo de japoneses que,
provavelmente, está indo na mesma direção que você.
Saindo da estação, você chega na entrada de
Pompei, a Porta Marina.
A entrada de Pompeia é uns € 15, e dá direito
ao livre acesso na cidade e uns guias de curiosidades e indicações do lugar.
Dificilmente eu sinto a necessidade de uma
visita guiada, até porque eu adoro ficar lendo papeis, fazer a caminhada no meu
tempo sem ter um itinerário fechado. Todavia, acabei me arrependendo muito de não
contratar a visita guiada em Pompeia.
O lugar é surreal! A cidade toda está muito
bem preservada e, apesar de você conseguir ter uma boa ideia de como era a vida
em Pompeia por meio do livrinho e das placas, o Guia irá contar as curiosidades
da cidade, fazer você imaginar como era o dia a dia dos pompenienses (acabei de
inventar essa palavra) e fará o turismo ficar inesquecível.
Diferente de outras ruínas romanas, Pompeia
está incrivelmente bem preservada, principalmente pelo fato de que as cinzas do
vulcão Vesúvio soterraram a cidade e preservaram tudo como estava.
Hora da pausa histórica sobre Pompeia para entendermos a maravilha do
lugar: a cidade de Pompeia era bela e formosa até o ano de 62
d.C., quando, para a desgraça de todos, aconteceu um super terremoto que
destruiu grande parte da cidade. Quando a galera estava reconstruindo os
barraquinhos, cimentando os salões de baile e arrumando os puxadinhos, veio a segunda
desgraça: o mês de agosto de 79.
Outra coisa que descobri na cidade e que não
sabia: as pessoas não morreram em Pompeia porque o vulcão entrou em erupção e
as lavas queimaram geral. Na verdade, o que aconteceu foram três ondas de morte na cidade:
1º Capítulo da “Desgraceira em Pompeia”: O
vulcão Vesúvio entrou em erupção. Claro que a galera, ocupada em aproveitar o
verão italiano, não se deu conta do perigo, até porque não teve uma mega
explosão. Assim, após algum tempinho, começou uma chuva de pedras sobre a
cidade, que acabou acertando o pessoal. Essa foi a primeira onda de mortes: as
pedradas nas cabeças.
2º Capítulo da “Desgraceira em Pompeia”: As
pessoas que não foram acertadas pelas pedras malignas resolveram se abrigar em
suas casas até a chuva passar, o tempo se abrir abra a janela e veja eu sou
o sol. Todavia, a chuva não passou. O acúmulo de pedras no teto das casas
acabou gerando a segunda onda de mortes de Pompeia: o desabamento das casas e
soterramento das pessoas.
3º Capítulo da “Desgraceira em Pompeia”:
Quando viram que a cobra tava fumando, os sobreviventes resolveram fugir
correndo para as colinas. Mas já era muito tarde, porque chegou a terceira onda
de morte: uma onda de gás tóxico, cinzas e lava invadiu a cidade e fez com que
grande parte das pessoas morresse sufocada.
Enfim, a cidade de Pompeia
foi soterrada naquele mês de agosto de 79 (assim como Herculano e Stabia,
cidades vizinhas). Curiosidade: a estimativa é de que o Vesúvio tenha liberado
uma quantidade de energia 100 mil vezes superior à liberada pela bomba atômica
de Hiroshima (fonte super confiável - se está na internet é verdade! (sqn))
Pompeia ficou esquecida por um longo tempo,
até que, ao final do século XVI, quando o pessoal resolveu construir um
aqueduto na região, descobriram as ruínas de Pompeia. As escavações na cidade começaram
no século XVII.
Outra curiosidade sensacional: os corpos que
vemos em pedra de Pompeia na verdade não foram “carbonizados” e ficaram daquele
jeito. Na verdade, com o soterramente, os corpos foram se decompondo e geraram
grandes buracos “ocos” na terra. O diretor de escavação da época, o arqueólogo
Giuseppe Fiorelli, percebendo que os espaços continham ossos, decidiu despejar
gesso nesses buracos e conseguiu recriar as vítimas carbonizadas. Com essa
técnica, eles conseguiram inclusive desvendar alguns mistérios de Pompeia,
como, por exemplo, que muitas pessoas morreram por asfixia, na medida em que
estavam em posição fetal (posição comum das vítimas que morrem por
sufocamento).
Aos que forem nesse lugar sensacional, preparem-se
para caminhar bastante. Eu fiquei umas quatro horas andando pela região e
consegui visitar 1/5 (ou menos!) do que foi Pompeia.
Outra coisa: não tem a menor necessidade de você
se matar estudando o mapa de Pompeia antes de chegar lá, até porque eles dão um
guia na entrada e indicam os lugares imperdíveis (como os templos antigos, o
local onde estão os moldes das pessoas, etc...).
Ah, levem comida para lá. Tem um único
restaurante/lanchonete lá dentro, mas, como é a regra da OFERTA X PROCURA, você
vende dois rins e uma córnea para conseguir um pedaço de pizza.
Eu sorrindo ao apontar para o vulcão que soterrou uma cidade inteira. Essa Juliana, hein... |
Aproveitando: além de Pompeia você pode
visitar outras ruínas, como Herculano, mas eu não senti muita necessidade de ir
em outro lugar depois de conhecer Pompeia.
ÚLTIMA DICA SUPIMPA: você pode subir o
Vesúvio depois de visitar Pompeia! Eu não sabia disso e acabei perdendo esse
passeio (segundo arrependimento de Pompeia), mas pelo que li nos blogs de
viagem é possível fechar com uma agência bem na entrada de Pompeia (na Puorta
Marina), e o bilhete custa uns € 8,00. O trajeto dura uns 40 minutos até a
entrada do parque e depois você caminha até o cume do vulcão (uns 20-30 minutos
de caminhada).
Voltando às aventuras Julianescas: Após o
passeio de Pompeia, peguei o trem em direção à cidade de Sorrento. Gente, fica
a dica sensacional: não vão para Sorrento, Costa Amalfi, etc... no inverno. A
cidade estava fechada. Literalmente. Não tinha absolutamente nada aberto, nem
mesmo um restaurante pé de chulé. Dei
umas voltas pela cidade, bati umas fotos divas e descabelada e sóó.
Considerando minhas andanças por Pompeia, eu
estava azul de fome, mas não encontrei nenhum mísero lugar para comprar comida.
Achei uma lujinha dos brimo meio aberta, comprei umas bolinhas de chocolate
recheadas com limoncelo (êêê Juliana alcoólatra) pra tapear a fome e peguei o
trem de volta para meu grande amor, Nápoles.
Chegando em Nápoles, corri para a famosíssima
Antica Pizzeria di Micheli, local onde você irá comer la migliore Margherita
del mondo, aberta em 1906.
A pizza é, realmente, realmente, realmente,
inesquecível. Apesar de ser enorme, ela tem um poder sobrenatural de se
encaixar no seu pânceps e fazer você lamber os beiços. Não percam de visitar a
Pizzaria do Micheli.
Não vou aguentar comer tudo! |
MENTIRAAA, quero mais até |
Por sinal, o senhorzinho que fazia a pizza
deve ter me achado o máximo, tanto que veio correndo atrás de mim depois que eu
paguei a conta e ficou conversando comigo, contando da vida em Napoli e de como
os napolitanos eram os melhores do mundo (acho que o senhorzinho queria meu
porco nu).
Voltando para o hostel, recebi a notícia do
meu couchsurfer de que ele tinha que
ir a Alemanha para salvar uns cachorros doentes, então não poderia me receber
hoje de novo. Contudo, eu estava autorizadíssima a permanecer mais uma noite na
minha suíte presidencial (he-he-he).
Ah, jáá que ele deixou, nem pensei duas vezes
em aceitar mais uma noite no meu sofázinho (eu já tinha virado brother dos
carinhas da recepção).
No caminho de volta para o hostel, acionei o
hangout do couchsurfing e combinei de me encontrar com o Marco, um italiano,
que estava no centro da cidade tomando um chopp com os amigos. Foi um rolê meio
bizarro, porque o Marco estava na patotinha dele (ele era italiano de Nápoles
mesmo) e apareceu a Xuliana, com sua pronúncia italiana cocozenta, funfando o
passeio.
Apesar dos pesares, eles me levaram para um lugar super divertido, o
Samaná Carrom Bar, que a galera jogava “Carrom”, um jogo parecido com uma sinuca
(nossa, não tem nada a ver com sinuca, mas tudo bem kakakaka) que você joga com
os dedos. Para quem quiser ter uma ideia de como é o jogo, tem um manual aqui.
A noite foi super divertida, até porque o
pessoal do bar era super querido e me receberam muito bem. Novamente, obrigada
couchsurfing!
Nenhum comentário:
Postar um comentário