Décimo sexto dia - 09/01/2018 (terça-feira): Pela primeira vez na viagem, vi algumas
pessoas normais se hospedando no meu hostel: um grupo de argentinos
mochileiros. Já fiz amizade com eles e combinamos de sair passear pela cidade.
Contudo, todavia, entretanto, os mano djow era mega enrolados! Só para sair do
hostel demoraram uns quarenta minutos, e ainda queriam comer alguma coisa no
caminho.
Eu já estava meio impaciente, porque não sou
fã número um de gente lerda, então acabei sugerindo de a gente se dividir. Uma
das argentinas, a Camila, preferiu bater perna comigo, então fomos conhecer a
Cattedrale di Santa Maria Assunta, algumas igrejas do centro e o famoso
Quartieri Spagnoli.
Passeando no Quartieri Spagnoli |
Esse bairro espanhol nasceu em meados do
século XVI, no período em que os espanhóis dominaram Napoli, surgindo como uma
forma de prover “divertimento” aos militares presentes na cidade. Por muito
tempo, a região foi conhecida pela criminalidade e prostituição, mas
recentemente, em razão do turismo, o bairro se tornou um pouco mais seguro. E
gente, o lugar é sensacional!!! Claro, você não vai andar com o seu iPhone 20
na mão dando sopa, mas não é um lugar PÁ PUM TIPO COLOMBIA não. Andei por lá,
bati foto, comi pizza e me apaixonei ainda mais por Nápoles.
Após conhecer a região, dei adiós à minha
amiga Camila, que foi encontrar seus amigos enroladinhos, e peguei o funicular
até o Castel Sant’Elmo, castelo medieval em cima da colina del Vomero. Admito
que não estava muito na vibe turistona, então não entrei no museu do castelo,
só bati um monte de selfie no castelo (instagram tenx que bombar, né!) e fiquei
apreciando a vista sensacional da cidade.
Miga, teu cabelo ficou óótimo na foto |
Depois das milhões de selfies, toquei o barco
de volta à badalação central de Nápoles. Ocorre que, Juliana Portes, como uma
boa senhora desatenta, desceu na estação errada do funicular e descobriu que
estava nos cafundós, a uns 50 minutos do centro. Jáá que eu estava por lá,
decidi ir a pé até o centro da cidade, para conhecer a região e perder umas calorias
das 62 pizzas da viagem.
Lembra que eu disse que o Quartieri Spagnoli
era conhecido por ser perigoso? É NADA! Andei no negócio inteiro, por todas as
vielas e sabe Deus o que mais, e foi tudo super tranquilo.
Descendo pelo Quartieri, meu plano era de
fazer o passeio da Napoli Soterranea, que era tipo um tour guiado pelo subsolo
de Nápoles (parecia ser sensacional).
Tuttavia, acabei combinando de fazer
hangout com um novo amiguinho no centro da cidade, o Burak, que era turco e
estava fazendo o programa do Erasmus (intercâmbio) em Nápoles. E, novamente,
foi uma das melhores coisas que aconteceu na viagem! O Burak era sensacional,
super divertido, amava Os Miseráveis, tinha o mesmo humor meu e foi super
querido.
Ficamos até tarde comendo e jogando conversa
fora, então valeu muito a companhia!!! Duvido que a Napoli Soterranea teria
sido tão topzeira assim.
Um pouquinho da Napoli de motos, vielas e muita, mas muita diversão
Em resumo: acabei não conhecendo o lado super
turístico de Napoli, não conheci o Castel dell’Ovo, os palácios reais ou os
museus, mas conheci muitas pessoas sensacionais, senti a vida da cidade e me
apaixonei muito por Nápoles.
Por sinal, decidi escrever a postagem do blog
porque estava com uma nostalgia das vielas da cidade e fiquei vagando pelo
Google Maps na Via dei Tribunali e na Via Sapieza....
Décimo sétimo dia - 10/01/2018 (quarta-feira): Aqui foi o grande cocozinho que fiz na viagem
em questão de organização.
No dia que cheguei em Nápoles, dia 07/01, estava em
um momento meio conturbado (vamos lembrar: Juliana tinha ido ao PubCrawl na noite
anterior, acordou 9h40 sendo que o trem saía às 10h10, cheguei em Nápoles
perdida e acabada, etc...), então nem pensei em cotar quanto seria o trem para
subir pra Milão.
Mano, cara do céu, eu fui uma jacu de botas.
O preço do trem para Milão estava simplesmente € 120. CENTO E VINTE
BERLUSCONIS.
Foi a grande facada da minha viagem.
Hoje cotando os trens descobri que minha
burrada foi elevada ao quadrado, porque 1) não cotei os trens no dia que
cheguei; 2) comprei o trem da Freciarossa, que é uma companhia mais cara e
chique para o passeio, mas, pelo jeito, você pode fazer esse mesmo caminho pela
ItaloTreno e pagar uns € 50.
Well, tudo bem, o que passou passou (VEI
PAGUEI CENTOEVINTEEUROS NA FUCKING PASSAGEM, ATÉ HOJE ESTOU ME REMOENDO).
Voltando à narrativa do que aconteceu no dia 10/01,
acordei de manhã no meu divino hostel e o meu amado amigo Burak se ofereceu
para me acompanhar até a estação de trem. Inclusive, como um bom cavalheiro, ele
até carregou minha mala de 20 kg e que, a essa altura do campeonato, já estava
toda desconjuntada e medonha, até a rodoviária (que ficava a uns 40 minutos do
hostel).
Chegando à estação, vendi meu esôfago (já que
o rim, a córnea e um pedaço dos brônquios já tinham ido para pagar o salmão em
Roma) e comprei minha passagem para Milão, que sairia em 1h.
Resolvemos comprar um café e esperar meu
horário.
Claaro que eu tinha fingido que era o máximo
e falava italiano fluente, então falei pro Burak “pó deixar que eu peço o café
em italiano, porque sou o máximo”. Que arrependimento. Mal sabia eu que aquele
seria o ultimato de que O ITALIANO DA JULIANA TÁ, Ó, UMA BOSTA.
Pedi um café com leite e recebi isso:
É minha gente, nem preciso dizer que o Burak
teve um acesso de riso de mim e passou aquela hora inteira zoando meu italiano falcatrua.
Quando deu o horário, dei güle güle ao Burak (acabei de colocar
adeus no google tradutor para turco e ficou isso – achei sensacional!!! GULE
GULEEE) e parti em direção à Milão (viu, dar as voltas nos bago do cavalo de
fato garantem seu retorno à Milão).
A viagem até Milão foi tranquila e durou
cerca de 5h, mas eu já estava começando a ficar na bad de que minha aventura
estava chegando ao fim (ou será que era pelo fato de eu ter ficado 400 dilmas
mais pobre?).
Graças aos céus, minha tristeza estava sendo
amenizada pelo fato de que eu iria encontrar minha grande amiga Meraf, que
vocês já conhecem de outras postagens.
A Mery é, sem dúvidas, uma das pessoas mais
sensacionais que já conheci! Ela é engraçada, extrovertida, meio louquinha e o
maior passatempo da vida dela é tirar sarro do meu terrível italiano.
Chegando na estação de trem de Milão, a Mery
encaminhou uns duzentos áudios tentando explicar onde eu deveria ir.
Calmae Mery, xô terminar minha pizza, já estou indo! |
Finalmente consegui achar a casa de Mery e
reencontrar minha amada amiga! Depois de colocarmos a conversa em dia, contar
um pouco da viagem e ela me atualizar de como estavam as coisas na Itália,
resolvemos jantar em um restaurante típico etíope que a Mery conhecia.
Cara, se eu achava que eu era perdida, a Mery
vence. Andamos umas 15 quadras a mais para encontrar o tal do restaurante que
ela conhecia, mas acabamos desistindo e fomos conhecer um outro restaurante
etíope que encontramos.
Depois de comermos até não poder mais, sempre
tem o espaço do doce. Fomos até o Eataly Milano Smeraldo para magiare (voltamos
ao lema do mangia che ti fa bene). O
Eataly foi uma novidade para mim! O lugar parece um mercado chiquetoso que é
especializado na venda e distribuição de alimentos italianos.
Mery maravilhosa! |
Aproveitei para comprar alguns presentes para
a minha amada mamãe, como uns vinhos e, por indicação da Mery, umas caixas de Cantuccini
(COMPREM ISSO!!! É um biscoito delicioso que você molha no “Vin Santo”, unindo,
com classe, o mangia mangia mangia, bevi bevi bevi e poi comincia a cantar)
No caminho de volta para a casa da Mery, encontramos
o amigo dela, o Omar, que se juntou a nós para termos uma noite muitcho loca
assistindo American’s Got Talen. Diga-se de passagem: foi mega divertido!
Décimo oitavo dia - 11/01/2018 (quinta-feira): Enfim, tudo que é bom dura pouco, e minha viagem
estava no último suspiro.
Arrumei minha malinha e entreguei para a Mery
e Omar algumas lembrancinhas do Brasil, como forma de agradecimento pela
hospitalidade e por essa maravilhosa amizade.
Mery com a Fita do Senhor do Bonfim |
Considerando que eu não podia ir embora de
Milão sem pisotear os bago do cavalo, até porque toda vez que fiz isso acabei
voltando, fomos fazer um último tour por Milão. Dessa vez, além da galeria
Vittorio Emmanuele (onde está o cavalo), visitamos a Universidade da Mery e o
café que os estudantes ficam matando aula estudando para as provas.
Juju, Omar e Meraf passeando |
Universidade de Milão |
Aproveitamos para almoçar por lá e,
finalmente, chegou o momento da despedida, regada a muuuita comida deliciosa!
Dei tchau para a Mery, com a promessa de que
a próxima viagem seria dela no Brasil, e segui para a estação de trem com o
Omar, que pegaria o trem para Lecco, enquanto eu iria em Quando chegou o
horário de embarcar no trem em direção ao aeroporto de Malpensa.
Quero ir pra Lecco também!!! |
Sem brincadeira, acho que nunca na minha vida
senti tanta tristeza pós-viagem quanto nesse momento. A viagem tinha sido
perfeita, eu tinha conhecido um monte de pessoas extraordinárias, reencontrei
bons amigos, comi comi e comi e me diverti bagarai.
Realmente achei que alguém no aeroporto fosse
me parar para saber se eu estava bem, porque eu estava chorando igual criança
(com direito a soluços – CARA QUE VERGONHA).
Voltei já programando minha volta para esse
lugar sensacional que tem um espaço gigantesco no meu coração: minha amada
Itália.
Arrivederci, amore, ci
vediamo presto!
Presentinhos pós viagem para as Portes! |